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ÁGUA FLUIDIFICADA SOB ANÁLISE BIOELETROGRÁFICA

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PERIÓDICO DA EDIÇÃO – Revista Ciência Espírita, setembro 2016

SUBMETENDO AMOSTRAS DE ÁGUA FLUIDIFICADA PARA TESTES

ÁGUA FLUIDIFICADA SOB ANÁLISE BIOELETROGRÁFICA

Duas Rodadas de Experimentos Exploratórios
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Sandro Fontana, Grd
Instituto de Pesquisas Psicobiofísicas
De Porto Alegre

Vania Maria Abatte, Grd
Núcleo de Pesquisas Landell de Moura

 

INTRODUÇÃO

A água fluidificada ou água magnetizada são termos gerais para designar uma água que passou por algum tipo de “energia sutil” intencional, com ou sem intervenção de espíritos (Rebelo, 2006) muito conhecida também por energia Ki (ou CHI). Tal procedimento é rotineiro no meio espírita em geral, kardecista ou não. Acredita-se que a água receba algum tipo de componente ou elemento desconhecido da ciência tradicional. A bioeletrografia, kirliangrafia ou efeito LandellKirlian (Abatte, 2012 – Donisete, 2008 -Milhomens, 1999) nasceu essencialmente na região da russia, embora Milhomens (1999) e Abatte (2012) demonstrem em seus livros, que outros precursores já haviam percebido o fenômeno, principalmente o Padre brasileiro, Landell de Moura. Nas décadas de 80 e 90, se atingiu uma melhor compreensão sobre o que era e o que podia-se extrair das fotos bioelétricas (Milhomens, 1999), no entanto é evidente que o assunto não está encerrado, permanecendo no campo das pesquisas experimentais. O princípio básico do sistema, para gerar a bioeletrofotografia, consiste em um módulo que gera alta tensão (voltagem variável) e outro que modula uma frequência sobre essa tensão (Paiva, 2010). Essa alta voltagem é aplicada diretamente numa placa de metal onde é colocado um filme fotográfico e nele será capturada a imagem para, posteriormente, passar por um processo de revelação. O tempo de exposição, do corpo humano sobre o sensor, varia conforme um padrão adotado (exemplo padrão Newton Milhomens – 4 segundos).

Para os bioeletrografistas (Abatte, 2012 – Donisete, 2008 – Korotkov, 2001 – Milhomens, 1999), um equipamento homologado (e reconhecido pelo IUMAB) é capaz de fotografar um biocampo no ser humano e essa imagem, quando interpretada adequadamente, é capaz de diagnosticar certas enfermidades em uma pessoa. O biocampo consiste da camada gasosa iônica que é expelido pelo corpo humano. Em uma busca exploratória, voltamos esforços para replicar alguns experimentos relatados na internet, onde alguns pesquisadores descrevem casos de variação na bioeletrografia em amostras de águas fluidificadas. Num primeiro momento encontramos diversos problemas metodológicos, principalmente pelo fato de pesquisadores não utilizarem uma mesma amostragem de água para as fotografias. Por lógica, uma composição química diferente irá resultar em irradiações (imagem) diferentes, anulando assim um resultado, tanto para um falso-positivo como para um falso-negativo. O presente estudo buscou aprimorar a metodologia e refazer os experimentos. Dividimos em duas fases (rodadas), cada uma com seu objetivo.

PRIMEIRA FASE

As amostras de água utilizadas foram todas da mesma fonte e lote de envasamento. Buscou-se verificar se o tipo de material (vidro ou acrílico) afetaria significativamente na imagem final. Depois de finalizada a rodada, usando-se um médium com larga experiência em passes terapêuticos, se concluiu que o vidro seria melhor agregador para tal pesquisa. Ainda na primeira rodada foram feitos testes com a quantidade de água nos frascos (pequenas diferenças), onde não observamos diferenças significativas, em termos de brilho e quantidade de pontos luminosos e cor nas amostras testadas. Testou-se também a posição do aterramento, este que foi feito com agulhas de acupuntura, pois apresentam boa padronização entre elas. Como resultado, se concluiu que a posição interna ou a quantidade de material submerso, não afetou significativamente as imagens. Como método, foram utilizados frascos de 5ml (vidro) e 10ml (acrílico), expostos a 4 segundos em uma máquina de bioeletrografia modelo Milhomens 9L1, com potência H, sobre um filme Fujifilm ASA 400. Foram tomados cuidados de isolamento, como uso de luvas de borracha, e a fluidificação foi feita no local. Em todas as amostras analisadas não houve, nessa primeira rodada, diferença de luminosidade entre as amostras.

SEGUNDA FASE

Depois de verificadas as possíveis alterações e comprometimentos com resultados, se determinou que a segunda fase, exposto no decorrer desse trabalho, utilizaria frascos de vidro e as amostras de água deveriam ser fluidificadas em Centros Espíritas diversos.

MATERIAIS

Foram utilizados frascos de 20ml em vidro comum, com tampa de cortiça e agulhas de acupuntura para o aterramento. A água utilizada foi da mesma fonte, colhida num mesmo momento e colocado em garrafas esterilizadas para serem submetidas aos procedimentos descritos na metodologia. Se utilizou uma máquina de bioeletrografia padrão Milhomens de modelo 9L1, com potência H por 4 segundos. O filme utilizado foi do tipo Fujifilm ASA400.

MÉTODO Das amostras de água:

a) Uma delas foi separada e utilizada como CONTROLE (Amostra A);

b) Em um segundo momento foi separado outra amostra e se adicionou NaCl (sal) na dosagem de 1%, esperando um aumento de luminosidade que poderia confundir a análise cega de um dos membros da pesquisa (Amostra B);

c) A amostra, denominada de Amostra C foi fluidificada por uma pessoa que possuía informações mediúnicas de ter poder magnetizador de cura, embora o mesmo descrente de tal poder.

d) De posse de uma das garrafas, o membro de pesquisa (não cego) levou a mesma para ser fluidificada num Centro Espírita tradicional, na cidade de Porto Alegre, após isso parte da água foi transferida para o recipiente, chamada de Amostra D.

e) O mesmo procedimento (d) foi repetido, porém em outro Centro Espírita da mesma cidade, sendo considerada essa amostra como Amostra E.

f) A Amostra F foi levada a dois Centros Espíritas, para a verificação de uma possível “sobrecarga” de energia, na expectativa provável de “super-fluidificar” a amostra.

O procedimento relatado acima foi todo efetuado durante uma tarde e anoitecer, ficaram então todas as amostras numa mesma caixa, exceto a amostra controle para evitar possível contaminação. As capturas das imagens foram feitas 24h após os procedimentos de fluidificação, todas com os devidos cuidados de manuseio e, expostas no equipamento descrito em MATERIAIS. Se repetiu o procedimento em outra faixa de potência (P2), no entanto devido um mal posicionamento da amostra controle, se optou em descartar essa segunda amostragem de dados. Ficou evidente um relativo proporcional aos mesmos dados encontrados na faixa de potência H (deste artigo), no entanto uma análise superficial sugeriu que o equipamento ficou apenas “mais sensível”, ou seja, as intensidades luminosas se intensificaram proporcionalmente. As amostras das imagens foram organizadas em uma tabela e exposta para uma análise cega de três juízes (ver anexo I).

As avaliações consideraram 3 aspectos possíveis:

(0) Menor brilho, (1) Igual ou indiferente e (2) maior brilho.

A pesquisadora Vânia estava cega aos frascos, exceto de que um deles era amostra controle (informada para referência) e que havia uma amostra salinizada, no entanto não sabia qual das amostras era. O princípio para a verificação constituiu-se em avaliar a intensidade, dimensão e luminosidade do brilho que circundava os frascos, a partir de sua borda. Foram feitas duas tabelas sobre o julgamento, tanto por parte da pesquisadora como do grupo de juízes.

DADOS OBTIDOS

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Imagens capturadas e suas respectivas descrições
Figura 1

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Interpretação cega da pesquisadora Vania – levando em consideração o
conhecimento de interpretação de biocampo
Tabela 1

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Score dos juízes que avaliaram as imagens
Tabela 2

 

RESULTADOS

A Figura 1 ilustra as amostras obtidas.
A Tabela 1 descreve a interpretação da pesquisadora Vania sob uma ótica de conhecimento do biocampo, fator esse que engloba mais do que a intensidade e luminosidade meramente, interpolando as características de cores e “desenho” da aura. É importante salientar que a pesquisadora estava cega (desconhecia) quais amostras tinham passado por fluidificação ou não, no entanto a mesma sabia que alguma delas era salinizada,  fato esse que a induziria a interpretar alguma das imagens esperando um resultado com maior intensidade de brilho.
A Tabela 2 traz a análise cega de 3 juízes independentes, onde estes não sabiam do que se tratava  a pesquisa e as imagens, apenas foram convidados a analisar as fotos e opinar sobre a expansão da luminosidade e intensidade a partir da borda. Os juízes votaram da seguinte forma:

 

0 (zero) = Houve diminuição em relação a Amostra A
1 (um) = Não houve alteração significativa com relação a Amostra A
2 (dois) = Houve expansão da luminosidade e/ou intensidade com referência a Amostra A

Dessa forma, um score igual ou inferior a 4 (considerando os 3 juízes), caracterizaria que o resultado seria negativo. Um score superior a 4 consideraria um resultado positivo.
Obteve-se como resultado um score 6 para a maioria das amostras, ficando evidente uma avaliação positiva sobre a intensidade/luminosidade das amostras.
Com base nas avaliações, consideramos que o resultado foi sugestivo para a detecção da fluidificação
nas amostras coletadas.
Ressaltamos que as amostras não criaram “bolhas de ar”, sendo assim o mito de que uma água está fluidificada quando apresentam as “bolhinhas” parece sugerir que esse detalhe não possui evidência verificável.

 

DISCUSSÃO

O presente estudo, por natureza física, esperaria um resultado uniforme entre as imagens, exceto para a amostra salinizada, uma vez que estava mais “condutiva” para a alta tensão imposta sob o filme.

No decorrer da pesquisa descobrimos algumas limitações metodológicas e técnicas.
Para estudos futuros, que venham a replicar este método, recomendamos que se façam mais imagens
de uma mesma amostra controle, isso evitaria possíveis problemas e variações que podem ocorrer nessa amostra que “norteia” o estudo.
Caso seja possível, desde que não interfira no ato mediúnico, e o Centro Espírita aceite fluidificar um tubo de experimento, recomendamos que se faça uma imagem preliminar da água antes de ser fluidificada e depois, tal procedimento pode minimizar possíveis efeitos ou defeitos nos frascos, agindo como um fator para a falseabilidade do método.
Uma limitação técnica que encontramos se deve ao fato da máquina do padrão Milhomens ser do tipo “analógica”, ou seja, é de difícil posicionamento dos frascos pois estes necessitam estar sob uma “capa escura”, afim de proteger o filme que fica exposto. Percebemos também que o filme não fica totalmente plano sobre a superfície sensível, isso não afeta o uso humano pois um paciente pressiona o dedo sobre a mesma, forçando o perfeito alinhamento entre filme e placa, no entanto os frascos são leves e, para evitar interferência, não são apoiados ou pressionados com o uso das mãos dos pesquisadores.
Mesmo que essa seja uma característica desse processo, nesse equipamento, observamos que não houve efeito sugestivo que invalidasse o mesmo, para isso basta se comparar as imagens A, D, E e F, onde percebe-se que o filme não tenha tocado a superfície completamente.
Para estudos futuros recomendamos o uso de algum equipamento digital homologado pela IU-MAB, pois equipamentos digitais não possuem problemas relativos a se trabalhar sem iluminação e não há filmes sobre a placa sensora, estando a câmera digital sob a mesma.
Embora tenhamos apontados possíveis melhorias no método e nas questões técnicas, é importante frisar que isso não altera, até o presente momento, os resultados obtidos.
Esses dados sugerem um problema conceitual sobre o atual entendimento oficial do biocampo, ou seja, de que ele capta somente os gases expelidos pelo corpo humano. O que temos de concreto, até que futuras pesquisas venham a explorar mais profundamente a questão, é que as amostras de água parecem terem absorvido algum tipo de energia emanada por pessoas ditas capazes de gerar uma fluidificação e isso alterou, de alguma forma, o sistema de condutividade da água, ou então, gerou algum campo capaz de ser percebido pela alta tensão aplicada sobre as amostras.
Isso parece sugerir que, a hipótese única de que a bioeletrografia capta um campo iônico gasoso do corpo humano vivo, está incompleta.
Como informação complementar, conhecemos um trabalho (Moreira Freire et al – 2015) onde se testou a real possibilidade de um médium identificar amostras de água fluidificada. No experimento realizado se constatou um índice de acerto de 80%, ou seja, muito superior a hipótese do acaso para a real condição de fluidificação da água. Com esse pressuposto verificado temos um entendimento de reforço para a evidência de que algum tipo de energia fatidicamente parece emanar das mãos de certas pessoas e são retidas pela água.

Caso esses dados estejam corretos, recomenda-se, para estudos futuros, uma avaliação sobre o tempo de duração dessa “energia” na água e sobre o tipo de brilho (cor) com o tratamento direcionado para cada paciente.
Em se tratando de replicações, percebemos fortes indícios de que um meio eletrônico será capaz de colaborar com as verificações das alterações da água.
É importante enfatizar que futuras pesquisas evitem manter os frascos juntos, com isso se evitaria uma possível “contaminação”, evento que pode ter ocorrido em nossos experimentos, uma vez que isolamos apenas a Amostra Controle.

CONCLUSÃO

Este estudo não teve a pretensão de encerrar o tema, pelo contrario, tem por objetivo estimular mais pesquisadores à replicarem o experimento.
No entanto, até o presente momento, nossa conclusão opta pelo entendimento de que a bioeletrografia é capaz de captar algum tipo de energia sutil ou desconhecida que se fixa na água pela manipulação de pessoas ditas médiuns ou curandeiros.

BIBLIOGRAFIA

REBELO, Victor, 2006 – Revista Cristã de Espiritismo, edição 37

Korotkov K., Korotkin D. (2001) Concentration Dependence of Gas Discharge around Drops of Inorganic Electrolytes, Journal of Applied Physics, 89, 9, pp. 4732–4737

ABATTE, Vânia Maria – 2012 – Bioeletrografia – O Efeito Landell-Kirlian

BONALUME Neto, Ricardo – Acesso 14 de agosto de 2015 http://www1.folha.uol.com.br/revista/rf2702200023.htm

DONISETE, Nelson – 2008 – Desvendando os segredos das fotos Kirlian,

GROTT, Hélio Filho e Julio Grott – 1987 – Diagnóstico Oncológico Kirliangráfico

MÉTODO CIENTÍFICO – Acesso dia 14 de agosto de 2015  https://pt.wikipedia.org/wiki/Método_cient%C3%ADfico

MILHOMENS, Newton – 1999 – Fotos Kirlian – A comprovação Científica

MOURA, Gilberto Cesar – 2000 – PROTÓTIPO DE SOFTWARE PARA O DIAGNÓSTICO DE ASPECTOS PSICOLÓGICOS BASE A D O N A S F O T O S K I R L I A N http://dsc.inf.furb.br/arquivos/tccs/monografias/2000-1gilbertocesarmouravf.pdf

PAIVA, Edson – 2010 – FOTOGRAFIA KIRLIAN COMO TÉCNICA AUXILIAR NA PESQUISA CIENTÍFICA ESPÍRITA https://pt.scribd.com/doc/40144787/MONOGRAFIA-FOTOGRAFIA-KIRLIAN

MOREIRA FREIRE, Geison e Marta Pereira Ligia da Silva – 2015 — Fluidificação da Água: Avaliação Preliminar de Aspectos Mediúnicos – Revista Ciência Espírita No6 Dez/2015

Anexo I
Imagem, ao lado, contendo a formulário de pesquisa enviado para os juízes.
Nenhum deles sabia do que se tratava o experimento, apenas votaram conforme a interpretação pessoal de cada um.

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2 comments:

ELIAS INACIO DE MORAES5 de junho de 2020 at 22:36Reply

Parabéns pelo critério metodológico adotado. Precisamos de mais estudos nessa direção. O de que mais gostei foi a análise crítica ao final, apontando o que necessita ser melhorado em termos de metodologia. Parabéns!!!

Vania25 de maio de 2022 at 14:27Reply

Muito obrigada, Elias. Um abraço e muita luz!
Vânia

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