Ingrid Cañete responde aos detratores das crianças índigos
Porque (não) resistir ao tema e as “crianças índigo”?
Desejo compartilhar algumas reflexões a respeito de um tema tão atual quanto urgente neste início do século 21: a chegada massiva ao nosso planeta Terra, de seres humanos diferentes. Eles representam a evolução da espécie humana e têm sido identificados na literatura e na mídia, como crianças e adultos índigo.
Eu como psicóloga, escritora e estudiosa do assunto, sinto-me no dever de tornar públicas tais reflexões e esclarecimentos devido a novidade e ao caráter impactante do mesmo. Este tema tem causado polêmica e principalmente, tem dado margem a informações distorcidas e equivocadas, as quais acabam por gerar confusão e prestam um desserviço a comunidade em geral.
Atualmente, é possível encontrar críticas acirradas e atitudes exasperadas por parte de pessoas e de setores de nossa sociedade, que demonstram grande resistência em relação ao assunto índigos. E, nos perguntamos, por quê tanta resistência? E, em alguns casos, tanta agressividade quando se trata deste tema? Muitas razões podem ser levantadas, algumas fundamentadas em crenças e raízes culturais tais como a religião, outras ligadas ao desconhecimento e a informações distorcidas como já foi mencionando. Existem ainda razões calcadas no preconceito e as razões de ordem, digamos, científica. Entre todas estas razões, existe uma que se encontra por detrás de todas elas e na qual acreditamos fortemente, trata-se do medo. O medo, esta emoção tão primária, esse instinto ligado a auto-preservação e a sobrevivência, que assume diferentes graus e formas de manifestação, está na origem de tanta agitação e exacerbação em torno do tema.
Para tratar de tal assunto, tendo em vista a relevância que de fato ele tem para todos nós, do ponto de vista evolutivo, convido o leitor a vestir neste momento, as vestes do cientista e a encarnar o espírito científico verdadeiro. Trata-se daquele espírito, e da atitude deste decorrente, que se abre permanentemente ao desconhecido e que não exige ver para crer mas sim, crê e por isso torna-se cada vez mais, capaz de ver mais, de empreender em busca de respostas, de se recriar permanentemente, de nascer e renascer dia após dia, de caminhar no escuro. Atitude que só é possível quando se está consciente de que é próprio da ciência a impermanência, a transformação contínua. O verdadeiro cientista é aquele que busca a expansão da consciência como condição essencial para exercer seu ofício de forma ética. Ele não se aferra a nenhuma crença, idéia ou resultado e nunca conclui alguma coisa. O cientista caminha sempre em busca de respostas mais satisfatórias e mais próximas para dar conta dos fenômenos do mundo físico e também do mundo metafísico. Caso o cientista se agarre a alguma idéia, crença ou resultado ele estará assumindo um estado de cegueira parcial ou mesmo absoluta e abrindo mão de sua condição de cientista. Estará fugindo de assumir o alto grau de responsabilidade envolvido nesta função. Inúmeros cientistas estão em acordo que as teorias científicas possuem tal qual os icebergs, uma enorme zona imersa, que não é científica, mas que é indispensável para o desenvolvimento da ciência. Sendo esta justamente a zona cega da ciência que crê que a teoria reflete o real. Conforme bem ressalta Edgar Morin, o próprio da cientificidade não é refletir o real, mas traduzi-lo em teorias mutáveis e refutáveis. Ao mesmo tempo em que as teorias científicas dão forma, ordem e organização aos dados verificados nos quais se baseiam, novos meios de observação ou de experimentação ou um novo olhar, fazem surgir dados desconhecidos, invisíveis. A partir daí as teorias deixam de ser adequadas e se não for possível alargá-las, é necessário inventar outras novas, salienta Morin, em seu livro “Ciência com consciência”. Concordamos com ele quando afirma e ao mesmo tempo constata que a evolução do conhecimento científico não é unicamente de crescimento e de extensão do saber. É também de transformações, de rupturas, de passagem de uma teoria para outra. As teorias científicas são mortais, e são mortais por serem científicas, de acordo com a visão de Popper. Ora, o tempo do conhecimento científico como algo certo, absoluto e capaz de fazer predições concretas e oferecer certezas já caducou, se esgotou juntamente com a visão ou paradigma que lhe deu origem, ou seja, a visão mecanicista. Dito isso, podemos prosseguir propondo que se reflita sobre o que mais nos atemoriza nesta existência terrena, numa escala de prioridades? Arrisco como resposta que seja a morte. O medo de morrer é provavelmente o medo mais intenso e que assume maiores proporções no imaginário e também no dia a dia de cada ser humano minimamente consciente. A morte que pode significar num primeiro olhar a morte física mesmo e deve ser considerada também e principalmente, a morte simbólica na medida em que perdemos nossos referenciais dados por nossas certezas, nossas verdades absolutas baseadas em nossas crenças mais do que em valores, propriamente ditos. Quando falamos de evolução humana, está implícito um processo de incontáveis mortes e renascimentos. Nós morremos muitas vezes em vida, justamente para dar espaço a mais vida em nós, seja do ponto de vista de nosso corpo físico, de nossa fisiologia ou seja do ponto de vista de nossa mente e de nosso espírito. Somos seres mutantes da mesma forma que a ciência é algo em permanente construção, criação e recriação. E, da mesma forma isso ocorre no mundo natural, em nosso planeta e no cosmos. Pois bem, quando falamos que as crianças e novas gerações que estão vindo modificadas em seu DNA, com características físicas, psicológicas e espirituais diferentes, mais evoluídas estão chegando em um número cada vez mais expressivo com a missão de promover, de provocar a transformação e a evolução da sociedade humana, é compreensível que todo esse potencial de mudança, cause um frio na espinha de muita gente, porque o ser humano não gosta de mudar. O ser humano detesta conviver com a idéia de mudança constante mesmo que sua inteligência lhe diga que essa é sua realidade mais evidente, mesmo que a ciência criada por ele próprio, lhe apresente cada vez mais provas contundentes desta sua natureza mutante. A mudança é sempre vivenciada com muita dor e simplesmente a sua antecipação por meio de notícias e de fatos como a chegada das gerações índigo, é motivo de reações fortes e até radicais orquestradas mais pela parte biológica ou animal que constitui o ser humano, do que por sua porção psicosocioespiritual. O medo é uma emoção primitiva e de baixa vibração que foi, digamos, instalada em nós desde pequenos, geração após geração, visando o controle de nosso comportamento, não tenhamos dúvida a respeito disso. Essa emoção está na base de todos os sistemas de poder que se utilizam do controle e da manipulação. Quanto menos evoluída uma população, mais medrosa, mais sujeita a se assustar com o desconhecido e a temer aquilo que não se encaixa em seus modelos mentais. Por modelos mentais podemos entender, de forma simplificada, como sendo as lentes que dirigem nossa percepção acerca daquilo que chamamos realidade. Essas lentes são formadas por conjuntos de crenças e de pressupostos básicos inconscientes que por serem inconscientes são justamente tão poderosos. O contrario dessa posição portanto, é a consciência em expansão que nos dá amplitude e flexibilidade de percepção que por sua vez nos permite acessar cada vez mais elevados níveis de realidade. O filme “Somos nós” ilustra perfeitamente o que estamos afirmando aqui.
A ciência moderna ligou-se à ideologia burguesa e capitalista e a sua vontade de dominar o mundo e controlar o meio ambiente. Nisto, ela foi perfeitamente eficaz permitindo a burguesia dominar econômica, política, colonial e militarmente o planeta. Como afirma Gerard Fourez, filósofo, matemático e doutor em física. Durante séculos sentiu-se a eficácia desse método e os seus sucessos serviram de base a ideologias do progresso. Até hoje a população se beneficia de um bem estar econômico com o qual não poderiam sonhar há muitos anos atrás. Entretanto, também somos obrigados a constatar que a ciência não é de modo algum eficaz para resolver as grandes questões éticas e sociopolíticas da humanidade, mais do que isso muitos atribuem a ela um papel no estabelecimento das desigualdades e injustiças mundiais. Deparamos assim mais uma vez com os limites da visão e dos ditos avanços técnico-científicos. Mas, além do medo do desconhecido que implica ter que olhar para dentro de si mesmo e rever valores, estilo de vida, buscando por um sentido mais profundo e duradouro, perene para a existência para o conjunto de nossos atos em vida, encontramos um outro medo terrível daqueles que constituem a sociedade burguesa e capitalista dominante. Trata-se do medo de perder o poder e controle sobre seus dominados. O que implicaria perder certezas de ordem econômica e financeira. Perder dinheiro, muito dinheiro em decorrência de perder o controle de muitas, de milhares de mentes dominadas guiando corpos dóceis, como disse Foucalt, é algo tremendamente assustador para muita gente, para muitos grupos de interesses e categorias profissionais.
Afinal, fala-se que os índigos, rótulo que não desejamos que se transforme em uma máscara ou pior num estigma para essas novas gerações, estão vindo diferentes por exemplo, no sentido de não reconhecerem o medo e portanto não serem passíveis de intimidação ou de controle. Grande perigo, percebem? Perigo de uma revolução dirão alguns mais afoitos.Como iremos dominar seres que não sentem medo?! Como vamos fazer com que continuem acreditando nos valores que temos lhe imposto durante tantos anos por meio da propaganda, da mídia, de nosso sistema educacional, nossos dogmas e religiões, de nosso sistema de saúde – que se baseia mais na valorização das doenças e que trata sempre partindo do princípio de que medicar é preciso, pactuando com o poderio absurdo da indústria farmacêutica?!
O medo transforma-se em pânico e o pânico gera atitudes visivelmente transtornadas e desesperadas. Não é a toa que estamos assistindo a uma verdadeira epidemia de crianças, jovens e agora de adultos rotulados de DDA (distúrbio de déficit de atenção) e de DDAH (distúrbio de déficit de atenção com hiperatividade), de bipolaridade, de crianças problemas. Na verdade, os rótulos são tentativas da ciência de fragmentar, catalogar e assim poder controlar por meio da supressão dos sintomas. Nem estamos falando de cura. É evidente aqui, que faço uma ressalva importante para a necessidade de que profissionais competentes avaliem e façam um diagnóstico diferencial. Mas, por enquanto ainda é pequeno o número de profissionais, médicos, psicólogos, pedagogos que se dispuseram a encarar um estudo mais atento e profundo, sem preconceitos, a este tema tão desafiador. É compreensível, a atitude de desprezo pelo tema ou de crítica acirrada e agressiva é pertinente a um determinado estágio de nossa história evolutiva e se repete a cada ciclo no exato momento onde estamos prestes a dar um salto quântico e passarmos para um patamar mais elevado de consciência.
Nossa história está repleta de temas que foram tabu durante muito tempo e que depois foram necessariamente assimilados por toda a sociedade, uma vez que diante da natureza e da força de suas manifestações teremos que nos curvar em um dado momento. Seres mais evoluídos estão chegando em número cada vez maior, eles são seres imbuídos de um nível de consciência mais expandido, de uma espiritualidade mais acentuada, de dons e talentos mais desenvolvidos, são amorosos, inquietos por natureza, são rompedores de sistemas, vieram para isso, questionar, romper padrões estabelecidos, perguntar o porquê de tudo, olhar bem no fundo dos olhos e dizer com absoluta sinceridade, a verdade, simplesmente a verdade que eles captam com todos os seus sentidos bem ativados. Eles são altamente intuitivos e telepáticos, têm uma profunda noção de que vieram cumprir uma missão importante aqui, mas não suportam ser controlados, dominados, detestam receber ordens, não aceitam o não sem argumentação inteligente, sábia e razoável. Eles têm boa índole, são carinhosos, muito inteligentes intelectualmente e espiritualmente. São muito, muito sensíveis, espiritualistas, respeitando todas as crenças e religiões.
Muita confusão tem sido feita com diferentes distúrbios e déficits, o que é lamentável, pois tratar os índigos equivocadamente com remédios como a Ritalina (metilfenidato) e anti-depressivos, pode simplesmente matar seus maiores dons, afetando todos o seu campo energético, inibindo e atrofiando certos potenciais, sufocando sua criatividade, vale dizer sua alma e domesticando seus sentidos e seu corpo. Temos uma imensa responsabilidade diante destas novas gerações que precisam fundamentalmente que sejamos todos cientistas de uma nova época, com espíritos aberto seja como pais, como educadores ou como governantes no sentido de nos dedicarmos a conhecer e pesquisar mais e mais sobre o tema visando produzir de fato conhecimento e sabedoria que possa ser aplicada para receber adequadamente essas gerações, apoiar e facilitar seu desenvolvimento e favorecer a manifestação dos potenciais maravilhosos que nos trazem. Temos muito que aprender com eles. Eles não são seres melhores ou superiores a ninguém, também não são erros da natureza, são apenas diferentes. E suas características diferentes têm uma razão de ser: cumprir uma missão específica, romper padrões, rever valores e crenças caducos e impeditivos de uma evolução e ativar a mudança necessária para criarmos um mundo mais justo, amoroso e pacífico.
Se esta é a missão como poderiam vir seres com características que não estas que estamos vendo? Já ouvi comentários de pessoas que soaram quase como um alerta para mim: olhe bem, existem índigos que vem com aparência de índigos, mas que não são índigos! Bem, então eu respondo, sim isso é perfeitamente possível, uma vez que todos nós fazemos parte de um processo evolutivo bem dinâmico e rico, devemos portanto estarmos atentos e abertos a identificar estas diferenças e a lidarmos com elas. Porém eu também aproveito para enfatizar que estes seres referidos têm algumas características semelhantes aos índigos e não são índigos, então que fique claro: eles não são índigos! São seres humanos que possuem diferenças bem significativas, passíveis de identificação pelos que estudam o tema e se dedicam a pesquisa com seriedade, com espírito científico verdadeiro e, portanto, de forma ética acima de tudo.
Por que estamos em meio a uma etapa crítica de nossa evolução é que tantas pessoas resistem ao novo, pois já estão sendo sacudidas por suficientes mudanças e exigências, e não conseguem assimilar mais novidades. Estas pessoas e grupos já guardam suficientes marcas de sofrimentos, de dores em sua trajetória. Por isso estão traumatizadas pelo fantasma do medo e querem afastar tudo que sugira abalar algumas poucas certezas que ainda lhes restam.
Mas, é pelo mesmo motivo que uma outra parcela cada vez mais numerosa da população da Terra, ao mesmo tempo que reconhece a eficácia e a performance da ciência se recusa a reduzir a ela sua visão de mundo. Ricardo Semler, um adulto índigo, ou se quisermos, apenas um adulto representante destas novas gerações de consciência expandida, tem mostrado de forma ímpar ao mundo, a que vieram estas gerações. Ele afirma o seguinte, em seu livro “Você está louco”: a vida que já vivi me levou a constatar que as respostas-padrão servem à manutenção da ordem existente. Servem para criar a sensação de controle, de ordem, de disciplina. São como as senhas, como o ato de fazer crianças decorarem tabelas periódicas e outras informações que nunca usarão. E são esses mecanismos antropológicos de conservação que impedem a mudança acelerada da sociedade.
Provavelmente uma boa coisa, já que as pessoas lidam mal com o excesso de novidades. A velocidade de assimilação não se compara com a do avanço da tecnologia. E esse descompasso gera o mal estar – lembra um ditado árabe que a alma viaja a camelo. Ou seja, não adianta correr com a tecnologia, os humanos demoram mesmo para acompanhar.
Vivemos em um mundo predominantemente de terceira dimensão onde prevalece a polaridade bem e mal, certo e errado, dia e noite, claro e escuro… Estamos evoluindo para a quarta dimensão onde com a consciência expandida nos levará a perceber esta realidade de outra forma, com mais distanciamento assim como acessaremos outros níveis de realidade existentes e possíveis e, seremos capazes de unificar, de reunir aquilo que nesta dimensão temos necessidade de separar para tentar explicar e compreender. Somos humanos, temos limitações, somos passíveis de erros porém não devemos persistir em alguns erros que nossa história já nos mostrou serem deveras perigosos a nossa sobrevivência.
Portanto cuidemos de nossas novas gerações, com todo o respeito, com o amor que eles merecem.
Questionar e perguntar-se sempre, mas ignorar, recusar-se a ver, a encarar de frente, a se dispor a aprender é um erro fatal, não apenas para uns, mas para todos nós.
As novas gerações, não importando com que nome vamos nos referir a elas, são o potencial que ansiamos para criar o céu na terra, um mundo de paz e harmonia. Não desperdicemos essa verdadeira dádiva que nos está sendo proporcionada pela vida e por seus mistérios, os quais continuarão sendo mistérios até que provem o contrário.