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Organização Humana

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A família significa a base, o alicerce, no qual se ergue a pilastra, a sustentação de uma sociedade regida pelos bons princípios, de convivência democrática. A ala conservadora sempre luta pela tradição, pelo desafio e desejo comum de agregar identidades, valores, no sentido de construir cidadãos com consistentes projetos de vida.

Enfim, a família é uma instituição, uma empresa, o verdadeiro núcleo formador de pessoas de caráter moral, espiritual e intelectual, que se tornam distintas, coerentes, dignas, seguras, sempre com o sofismável desejo de construir, juntos, caminhos sólidos, filantrópicos coerentes e harmônicos, de exemplo soberbo do bem-estar social.

Numa família bem estruturada impera-se a compreensão, o amor, o grande respeito hierárquico, filhos que respeitam os pais, pais que educam, que ensinam os filhos a prosperar. A matriz deve estar sempre contabilizando lucros, remanejando conhecimentos aos filiados, sem afetar os princípios básicos da organização.   

Hoje em dia, diante tantos avanços da ciência, da tecnologia, da era da informática, de vantagens e estratégias competitivas, as mudanças comportamentais são cada vez mais evidentes, o distanciamento familiar, também o são, já que a ordem do dia baseia-se em formar cidadãos modernos, aptos para a nova realidade de mercado, da sobrevivência, da independência financeira.   

Diante deste mundo de agitação e de incertezas, cabe-nos arrebatar, arrebanhar e conservar o espírito humano de família. Manter o sagrado dever de criar os filhos com amor e retidão, para atender as necessidades físicas e espirituais, e ensiná-los a amar e servir uns aos outros, como cumpridores da lei, inclusive, da holística universal, de amar e correlacionar com todas as espécies.  

O gesto belo conservador, mas democrático, deve imperar numa reunião de família, dentro do espírito de congraçamento, do bem-estar de todos, da discussão de assuntos pertinentes. O ambiente deve ser sublime para que todos sintam que o lar é lugar solidificado, de respeito e de união. Não basta apenas ter uma mesa farta em comidas e bebidas, de comilança e bebedeira, se não houver o desfrute da harmonia reinante, do refúgio contra qualquer tempestade da insensatez. Se existem conflitos é porque existem posições diferentes de criação, de ideologias, mas, através da razão, o respeito manda reparar e contornar o radicalismo, embora, em um ambiente de paz não cabe o enraizamento das desavenças.  

Para manter esta tradição das grandes reuniões de outrora, do jantar nas tardes de domingo, ou de um almoço nas datas significativas (aniversários, Páscoa, Natal e Ano Novo), sempre existem membros da família que relutam para manter a tradição, o hábito digno de agregar.

O assunto deve merecer a atenção de todos, pois o princípio de viver em unidade fortalece o relacionamento, a decisão de lutar contra o momento atual confuso da crise financeira, da vergonhosa situação da política brasileira, que distorce os valores éticos e morais, aqueles que excomungam o conceito de família e de seus bons princípios. A empresa não pode falir.

 

JOÃO O. SALVADOR é biólogo do Cena

 (Centro de Energia Nuclear na Agricultura) – USPsalvador@cena.usp.br

 

Gazeta de Piracicaba:21/07/2001

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