J&Cia recebeu da senadora Ana Amélia (PP/RS), do ministro das Comunicações Paulo Bernardo, do deputado estadual Rui Falcão (PT/SP) e do vereador paulistano Eliseu Gabriel (PSB) mensagens a propósito do encerramento das comemorações do sesquicentenário do nascimento do padre Roberto Landell de Moura, que reproduzimos a seguir:
“O Brasil parece ter enorme dificuldade em reconhecer o ta -lento, o mérito, e a dedicação de quem se esforçou disciplinada -mente para estudar e pesquisar inovações na área da ciência e da tecnologia. Historicamente, nós, brasileiros, reconhecemos ‘heróis’ em personagens que se destacaram pelo desempenho nos esportes, em particular no futebol, a ‘paixão nacional’, e também no vôlei, no tênis, no automobilismo e, agora, a novi -dade do MMA, onde lutadores se engalfinham. Os tais ‘gladiadores do próximo milênio’, como definiu exageradamente um comentarista esportivo bem conhecido. Temos, também, reconhecimento na música, nas artes plásticas e na medicina. Insistimos em transmitir, para o resto do mundo, a imagem de um país repleto de belezas naturais, festas e alegria. Um país, agora, sexta economia do mundo, mas ainda com a grife estereotipada do país do carnaval e do futebol.
Muitos de nossos verdadeiros heróis, que dedicaram suas vidas ao progresso e ao desenvolvimento da ciência nacional, são raramente lembrados, como se relutássemos a aceitar que nós, brasileiros, também somos responsáveis por descobertas científicas de grande relevância para a humanidade. Nem mesmo os livros didáticos edita -dos, no Brasil, são capazes de reconhecer evidências testemunhais da paternidade de nossos geniais inventores, como é o caso do padre Landell de Moura, criador das transmissões radiofônicas.
O resgate da obra e da relevância cientifica da descoberta do padre Landell de Moura, o verdadeiro inventor do rádio, é um movimento que pretende fazer justiça ao talento e ao trabalho desse importante cientista brasileiro, que também projetou a televisão e patenteou muitos outros inventos no Brasil e nos Estados Unidos. Com suas descobertas, o padre Landell de Moura foi o precursor mundial das telecomunicações, e a história oficial precisa fazer esse registro.
Foi oportuno o documentário da TV Senado produzido por Deraldo Goulart, que mostra a comprovação histórica do invento de Landell de Moura, nascido em Porto Alegre e cujo nome, agora, na celebração de seu sesquicentenário de nascimento, está sendo incluído na Galeria dos Heróis da Pátria, justa iniciativa do ex-senador e radialista Sergio Zambiasi (PTB). Tive a satisfação de encaminhar ao ministro da Educa -ção, Fernando Haddad, junto da representante do Movimento Landell de Moura, Kátia Cubel, reivindicação do movimento para que os livros de história reconheçam Landell de Moura como o verdadeiro inventor do rádio. O ministro demonstrou muito interesse pelo assunto. Esta será a mais justa homenagem que o Brasil poderá prestar a esse filho ilustre e até agora desconhecido, em sua magistral obra cientifica.”
Ana Amélia, senadora pelo Rio Grande do Sul
“Ficamos muito contentes de observar que alguns setores da sociedade civil e até mesmo do próprio governo se mobilizaram durante o decorrer do ano passado para o reconhecimento do padre brasileiro Landell de Moura como o inventor do rádio. Sua invenção foi de grande importância para as comunica -ções e para a história. Precisamos valorizar o trabalho desse brasileiro e lutar pelo seu reconhecimento.”
Paulo Bernardo, ministro das Comunicações
“O movimento para reconhecimento do padre Landell de Moura como um dos ‘pais’ do rádio carrega, junto ao justo reconhecimento do feito de um compatriota, o simbolismo do Brasil de hoje.
Nosso passado foi construído na luta dos trabalhadores que forjaram o Brasil rico na História pela independência. E o País vive hoje talvez seu momento maior, do começo da colheita para tornar-se mais justo para seus filhos.
É esse feliz encontro do pioneirismo de gente como o padre Landell com o destemor dos brasileiros que, mais do que nos orgulhar com justiça, nos faz apostar que o País vai caminhar cada vez mais para o ideal de cidadania que buscamos.
Como jornalista e brasileiro, cumprimento a todos quer se engajam na batalha para perenizar os méritos de Padre Landell.”
Rui Falcão , deputado estadual por São Paulo
“Quando fui apresentado aos colegas do Movimento Landell de Moura por Audálio Dantas, um amigo mais do que especial, logo percebi, ao conhecer em detalhes a saga do padre-cientista Roberto Landell de Moura, que São Paulo tinha – e tem – uma dívida imensa com esse brasileiro, que, nascido gaúcho, fez em São Paulo suas mais importantes experiências científicas. Entre elas está a primeira trans -missão da voz humana no mundo por rádio (ondas eletromagnéticas), no final do século XIX, entre o Morro de Santana e a Avenida Paulista.
Por negligência de nossas autoridades da época, padre Landell não foi reconhecido e acabou no ostracismo e quem levou a fama de inventor do rádio, injustamente, foi o italiano Guglielmo Marconi, que na mes -ma época inventou – isto sim – o telégrafo sem fio (transmissão de sinais e traços e não da voz humana). Mas aí o estrago estava feito, até mesmo no Brasil, onde nossas crianças até hoje aprendem nos bancos escolares que o inventor do rádio é Marconi e não Landell de Moura. Solidarizei-me imediatamente com o Movimento e, em con-junto, traçamos um plano com o objetivo de contribuir para o resgate da memória de Landell no Brasil, exatamente no ano da celebração do sesquicentenário de seu nascimento. A primeira etapa desse pla -no foi a concessão, pela Câmara Municipal de São Paulo, do título in memoriam de Cidadão Paulistano, evento realizado em 17 de maio de 2011, com a presença de autoridades, jornalistas, integrantes do MLM e inclusive de familiares dele vindos do Sul do País. A segunda etapa foi a inauguração, no dia 20 de setembro, de um marco sobre a primeira transmissão de voz no mundo, no Colégio Santana, palco daquele acontecimento. E agora vamos nos empenhar para que a Cidade de São Paulo ganhe novos marcos sobre a saga desse excepcional cientista brasileiro.
Sinto-me orgulhoso de poder dar essa contribuição à memória de Landell de Moura e, mais ainda, de atuar em favor de um movimento que, mais do que resgatar um fato histórico, está contribuindo para elevar a autoes-tima do povo brasileiro, por meio de um herói que agora começa a ser reconhecido.”
Eliseu Gabriel, vereador e professor de Física em São Paulo
Fonte:
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